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O músico erudito
Natanael Fonseca de Oliveira

Natanael fala sobre a importância de valorizar mais a música erudita que já sobrevive há séculos

Londrina

Gratco Comunicações

Ana Paula Corrêa

ATRAÇÕES - Em 12/05/2008

            A cidade de Londrina é rica em questão musical, o curso de música da Universidade Estadual de Londrina – UEL é bem reconhecido por todo país, assim como todos os estilos musicais apresentados pela noite londrinense. A música erudita também é forte na cidade, pois Londrina tem duas orquestras que sabem fazer muito bem o seu trabalho, a Orquestra Sinfônica da UEL e a Orquestra de Câmara Solistas de Londrina. O violonista e violista Natanael Fonseca de Oliveira, natural do interior da Bahia, faz parte dessas duas potentes orquestras, além de ser professor no curso de música da UEL. Formado em música pela UEL em 2005, Natanael tem um histórico considerável como músico “desde os onze anos de idade já me interessava por música e quando me mudei para Aracajú foi onde tudo começou, fiz um curso técnico de violão clássico num conservatório estadual e como no último ano existe a obrigatoriedade de fazer um instrumento complementar, escolhi a viola” conta Natanael.

            Ele explica que após o curso técnico fez estágio numa orquestra por dois anos e por meio dessa orquestra vinha todos os anos à Londrina no Festival de Música “eu participava dos cursos todos os anos, até que em 1990 abriu concurso para a Orquestra Sinfônica da UEL e eu me inscrevi e passei, então desde 1991 faço parte da Orquestra”. Como Natanael entrou para a Orquestra Sinfônica da UEL teve que mudar para Londrina, mas nunca parou de estudar “na época comecei a fazer Bacharelado de viola no Belas Artes em Curitiba”. Segundo o músico não concluiu o bacharelado, pois na época ficou sabendo de um curso que iria abrir na cidade “para mim ficava mais fácil fazer em Londrina e resolvi parar, mas como não abriu fiz a faculdade de música” conta.

            Natanael revela que o curso de música foi importante para desenvolver a educação musical “o curso no Belas Artes era uma graduação especifica para instrumentos, na UEL já não, é voltado para licenciatura na educação musical, mas acrescentou muito, mesmo não sendo algo direto ao meu trabalho como instrumentista, porque pude aprender outras áreas”. Ele ainda complementa a importância da faculdade de música para sua profissão “o curso cumpre com o papel que precisa cumprir, que é ensinar a dar aula e para mim foi muito bom, porque me lapidou para algo que eu já exercia”.

            O músico fala sobre a mídia não incentivar a música erudita “existe muita informação hoje, mas não acesso para coisas boas e a mídia dita muito o que está no mercado, o que as pessoas devem consumir”. Natanael conta que antes tinha um trabalho de conceito didático nas escolas “como uma formação de platéia, a orquestra ia até a escola e falávamos sobre a música erudita, mostrávamos um produto que a mídia batia bastante em cima e que depois de um tempo desaparecia e comparávamos a música erudita como música feita para toda vida e não para um momento e tinha muito interesse por parte das crianças” afirma.

Ele conta que a orquestra ia às escolas públicas e privadas ou as escolas recebiam o convite de ir ao teatro “mas tivemos que parar, porque precisamos de apoio, não podemos pegar um ônibus levar até as escolas para levar ao teatro, alguém precisa custear isso e é uma pena que não haja mais, porque a música erudita é uma referência de organização, ordem e disciplina”. Natanael enfatiza que as pessoas classificam a música clássica como sendo da elite “acredito que a elite então deveria investir mais nesse refinamento para o povo, não simplesmente descartar como sendo algo caro”.

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Músico Erudito Natanael Fonseca de Oliveira

             Natanael conta que a Orquestra de Câmara Solistas de Londrina para trabalhos depende de projetos aprovados “mas um ano é aprovado e no outro não, então dessa forma não se consegue fazer um trabalho seguido”. Ele lembra de uma situação que o faz refletir sobre a falta de investimento na música erudita “um colega meu e eu fomos fazer um recital numa escola de um amigo nosso onde tocamos para as pessoas e lá foi quem era convidado e uma aluna minha convidou uma senhora da periferia. Na outra semana essa aluna veio comentar que essa senhora chorou o recital todo, porque nunca tinha ouvido esse tipo de música e isso para mim significa muito as pessoas não conhecerem algo bom”. O músico expõe a vontade de levar a música erudita à periferia, porém para isso é necessário ajuda dos poderes públicos “os poderes públicos poderiam enxergar melhor, conversar com a gente para expormos o que queremos fazer como trabalho, antes mesmo de ter um preconceito”.

            De acordo com Natanael a música erudita é descartada facilmente “são músicas que atravessa séculos, que tem uma clara organização, por exemplo, Mozart a música tem harmonia e vivencia”. Ele ainda fala sobre a questão da violência que existe no mundo “não é fruto só da pobreza, mas é de uma desestrutura que é sintoma de um caos e se tivesse um incentivo voltado à música erudita, o mundo iria sentir a influência”. O músico comenta sobre o incentivo que a prefeitura dá para outros tipos de trabalho voltado a música “não é um preconceito meu, mas se pesar na balança não tem um histórico de resgate como a música erudita que tem 400 anos”.    

            Natanael afirma que Londrina é muito carente em espaço para música “tinha que ter uma escola pública de música municipal ou estadual, assim aconteceria o resgate social através da música, falta também um espaço para tocar, pois como orquestra e violonista preciso de uma sala de música com acústica preparada para o violão erudito”. O músico fala também do Cine Teatro Ouro Verde “o teatro tem uma péssima acústica, camarins cheios de problemas, reformaram, mas não fizeram o que era necessário” afirma. Conforme Natanael o mercado erudito grita “o ser humano não é só corpo, tem que investir na alma também, em valores” enfatiza.

            Apesar do pouco incentivo o trabalho continua e no dia 29 de maio às 20h30 no Cine Teatro Ouro Verde terá um concerto com a Orquestra Sinfônica da UEL com entrada franca. Em julho também a Orquestra Sinfônica participará do Festival de Música. Natanael fala ainda sobre a camerata de violões que acontece toda quinta-feira no Conservatório do Colégio Londrinense “qualquer pessoa interessada pode participar com a gente. A única exigência é que tenha o instrumento e no mínimo a leitura de violão” explica e convida o músico. Conforme Natanael a Orquestra de Câmara Solistas de Londrina tem muito trabalho a partir do segundo semestre.  

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